A 3ª edição do AgroBIT Brasil Evolution chegou ao fim, após dois dias (10 e 11 de novembro) intensos de palestras, networking, cases, exposições e informação, novidades, inovação e prospecções tecnológicas para o mundo Agro. O evento 100% virtual reuniu mais de dois mil participantes de todos os estados do Brasil, Distrito Federal e de oito países, conectados em cinco “arenas” simultâneas, por onde passaram 76 palestrantes e painelistas do Brasil e do exterior.
O AgroBIT Brasil Evolution foi aberto com as perspectivas de segurança alimentar pós-coronavírus e o impacto que a pandemia trouxe, relacionando o uso da tecnologia ao aumento da produtividade com qualidade do alimento. O tema foi abordado pelo empresário italiano e engenheiro-agrônomo, Piercristiano Brazzale,referência na área, presidente da Federação Internacional do Leite (FIL/IDF) e com assento consultivo na FAO (braço da ONU para erradicação da forme e combate à pobreza) e também na OMS (Organização Mundial da Saúde).
As informações trazidas para a cadeia do setor produtivo e comunidade científica pelo AgroBIt abarcaram uma gama de conteúdo como sustentabilidade, plataformas de fácil acesso ao pequeno produtor, novos negócios, lançamentos de produtos no Brasil. Mostrou ainda, as principais inovações que estão disponíveis em plantas daninhas, na área de entomologia, em fitopatologia, na área de sementes.
“O maior desafio, que era um evento 100% virtual deste porte, foi vencido. O conteúdo apresentou as últimas tendências da inovação e a organização foi muito feliz na escolha dos assuntos. Do AgroBIT o produtor pode enxergar o que está acontecendo e o que poderá acontecer no setor”, disse George Hiraiwa, diretor de Inovação da Sociedade Rural do Paraná e coordenador da Governança do Agro (Agrovalley), entidades entre as realizadoras do evento.
A possibilidade de se usar sensores no campo que caibam na palma da mão do produtor, a um custo mínimo, superando a dificuldade atual em equipamentos para a coleta de dados, será um grande diferencial tecnológico e foi apresentado por Raj Khosla, da Colorado State University.
Levantamentos como a integração de um conjunto de informações chamado Fenomix, permitindo a caracterização detalhada de uma planta (fenotipagem) permitirá que as empresas possam usar este conhecimento e transformar o volume de dados gerado (Big Data), processados pela Inteligência Artificial, em resultados positivos para o setor produtivo, para ecossistema e a sociedade como um todo.
Fazendas Inteligentes, Agricultura de Precisão, Inteligência Artificial, Big Data estiveram presentes em várias palestras e painéis, mostrando que o futuro da agricultura passa hoje pela adoção da tecnologia no campo, conectando propriedades, através do uso de ferramentas, que auxiliam na sustentabilidade do negócio.
Eduardo Fermino, pesquisador do IDR-PR e coordenador científico do AgroBIT Brasil, responsável - com uma equipe - pela programação do evento, diz que o desenvolvimento social só acontece em função da inovação. “Não há riqueza sem inovação, não há inovação sem ciência e não há ciência sem educação”, afirma o pesquisador.
O evento fechou com um painel de mercado com representantes americanos da Bolsa de Chicago/ CME Group - Blue Putnam e Susan Sutherland, onde foi exposto que dentro de um cenário de incerteza, de volatilidade de preços, a gestão de risco é muito importante e que toda a cadeia do agronegócio deve se antecipar, se preparar e não esperar o que vai acontecer para se tomar uma atitude do ponto de vista econômico e comercial. “Se a indústria se prepara, ela consegue comprar antecipado. Usar a bolsa a favor é uma possibilidade de assegurar preço. Fazer a gestão de preço é muito importante e evita que o produto final fique mais caro na prateleira”, coloca Roberta Paffaro, da Bolsa de Chicago/CME Group, palestrante e mediadora do painel.
O painel “Análise Internacional sobre o mercado de commodities Agrícolas” discutiu ainda fatores que podem interferir no mercado interno e externo brasileiro, como a possibilidade de flexibilização nas negociações comerciais entre EUA e China, com o presidente eleito Joe Biden; a economia Americana pode enfrentar problemas com a nova onda pandêmica e o clima, com o La Niña que pode afetar a próxima safra brasileira e, portanto, deve ser observado.
Daine Bisognin, diretora da F&B Eventos, empresa organizadora e uma das realizadoras do AgroBIT Brasil Evolution, avalia que o objetivo técnico do evento foi cumprido, com uma programação de qualidade e que a experiência de realizar um evento deste porte no formato virtual trouxe um resultado melhor do que o esperado.
Daiana diz que o engajamento que o virtual traz é bem maior que o presencial. “A experiência do presencial para o participante é melhor, mas o engajamento em um evento digital é maior, é impressionante. A gente consegue alcançar o mundo inteiro. As pessoas querem mostrar que estão participando, então interagem, mandam vídeo, mandam a experiência delas, dão feedback, o que é super importante”. Ela informa que, em 2021, o AgroBIT terá versão híbrida: presencial e virtual.
O coordenador científico do evento, Eduardo Firmino já projeta a linha que o evento terá como conteúdo na 4ª edição: “No próximo ano o nosso foco será a interação da transformação de dados em conhecimento, através principalmente, da modelagem fisiológica e inteligência artificial”.
A organização da 3ª edição do AgroBIT Brasil Evolution irá disponibilizar na plataforma do evento toda a programação para que os participantes tenham acesso e possam ver ou rever o evento, devido à grande oferta de conteúdo e dos eventos paralelos.
Organizadores