O Governo do Paraná lançou, nesta terça-feira (27 de abril), o Banco do Agricultor Paranaense, programa de financiamento para empresários do campo e considerado estratégico para o Estado dar um novo salto e se tornar ainda mais protagonista no agronegócio mundial. É um programa voltado ao desenvolvimento sustentável, a inovação tecnológica e a melhoria da competitividade dos produtos paranaenses. O alcance é estimado em R$ 500 milhões.
Segundo o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o programa é uma aposta ousada e inédita no País para subsidiar modernizações e resolver gargalos históricos, como a irrigação no Arenito Caiuá. “Estamos reservando recursos para facilitar e baratear o dia a dia dos produtores rurais, principalmente daqueles pequenos que têm aspirações de crescimento. O agronegócio paranaense emprega milhares de famílias e tem margem para crescer com sustentabilidade e responsabilidade”, afirmou.
De acordo com dados da Seab, o agronegócio tem Valor Bruto de Produção (VBP) na casa de R$ 120 bilhões. O agro representa 34% do PIB total do Paraná. Ou seja, de cada R$ 100 produzidos num ano, R$ 34 tem a ver diretamente com o agronegócio. O campo e suas vertentes também respondem por 80% do esforço exportador do Paraná, com balança comercial superavitária. O Estado é o terceiro maior exportador do agro, com mais de 13% do total.
“As projeções são mais ainda otimistas com esse programa. É essa a nossa estratégia mais arrojada para crescer e criar um bom ambiente para os empresários e cooperados crescerem por conta própria”, acrescentou Ortigara.
O Banco do Agricultor Paranaense também pretende atacar diretamente os desafios pendentes do Estado, que são aumentar a eficiência do uso dos recursos naturais e dos sistemas de produção. Ou seja, produzir mais e melhor, com menos recursos. Está dentro das estratégias de desenvolvimento sustentável, alicerçados nas mudanças energéticas, e do selo de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, que o Estado receberá no próximo mês, projetando novos ganhos comerciais para a indústria de carnes.
A proposta do Banco do Agricultor Paranaense, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior, é alavancar investimentos por meio da equalização de taxa de juros em diversas atividades agropecuárias, além de promover inovação tecnológica, sustentabilidade, geração de emprego e melhoria da competitividade do produto paranaense.
O Banco já começou a funcionar oficialmente. Os primeiros contratos foram assinados durante o lançamento do programa no Palácio Iguaçu. Joice Kasiano, de Candói, na Região Centro-Sul do Paraná, foi uma das primeiras beneficiadas. Ela fez um empréstimo de R$ 28 mil para melhorar o rendimento da sua pequena propriedade leiteira. Terá sete anos para quitar o financiamento, com juros subsidiados pelo Governo do Estado.
O governador ressaltou que, dependendo do enquadramento dentro do programa e das condições do empréstimo, o financiamento será a juro zero para o agricultor, com os encargos ficando sob responsabilidade do Governo. Há, ainda, carência mínima para o pagamento da primeira prestação, variável de acordo com cada linha de crédito. “É algo inovador”, disse.