Brasil enfrenta nona onda de calor antes do verão

Em meio a temperaturas escaldantes, o Brasil já enfrenta a nona onda de calor do ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Sete estados em todo o país registram termômetros atingindo a marca dos 40ºC, em um fenômeno que antecede o início oficial do verão, programado para o dia 22 de dezembro. Entre as áreas mais impactadas estão Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, sul do Mato Grosso, norte de São Paulo, grande parte de Minas Gerais, sul do Tocantins e oeste da Bahia.

O especialista em mudanças climáticas, Carlos Sanquetta, alerta que os efeitos do fenômeno El Niño devem se intensificar em janeiro, sendo agravados pelas mudanças climáticas. O El Niño é uma variação natural do clima, caracterizada pelo aumento da temperatura média da água do Oceano Pacífico por três meses consecutivos, com impactos significativos nas condições meteorológicas.

O verão iminente promete ser mais seco do que o habitual, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro do país, com temperaturas excepcionalmente elevadas. O Dr. Carlos Sanquetta, Ph.D. em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ressalta a possível relação entre o El Niño e as mudanças climáticas resultantes das atividades humanas.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) destaca que este ano já se configura como um dos mais quentes da história, com mais de 50 dias de calor atípico em média por ano, contrastando com a média de sete dias até os anos 1990. Sanquetta reforça a urgência de ações para lidar com a crise climática, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação às mudanças climáticas.

Além das altas temperaturas, um agravante preocupante é o alerta de instabilidade climática que pode resultar em fortes chuvas e rajadas de vento. A tempestade que deixou 50 mil pessoas sem energia em Buenos Aires, Argentina, pode estar se deslocando em direção ao Brasil, de acordo com o MetSul. A instabilidade climática é atribuída ao calor severo do fim de semana e pode se repetir em território nacional, trazendo desafios adicionais à gestão dos impactos climáticos. A população é instada a tomar medidas preventivas diante da iminente intensificação desses fenômenos climáticos extremos.

Fonte: Agrolink

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