O clímax máximo no Pavilhão do Brasil na 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) está previsto para no 10 de dezembro. Nesta data haverá a realização do Dia do Agro. Serão apresentações para atrair a atenção do público internacional sobre o agro nacional. Os temas envolverão a geopolítica da segurança alimentar e energética, a perspectiva do mercado de Carbono e as potencialidades na transição energética para agricultura de baixo carbono.
A COP28 teve 97 mil inscritos, sendo 1,3 mil da comitiva brasileira, dos quais um terço da delegação oficial do governo. No pavilhão do Brasil foram realizados cerca de 110 eventos, esparramados nos mais diversos assuntos. A agricultura tropical sustentável desenvolvida pelo país oferece portfólio de tecnologias inovadoras e solucionadoras. São os casos da fixação biológica de nitrogênio (FGN), do sistema de plantio direto (SPD), da integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF) e os bioinsumos, dentre outras.
Assunto bem atual diz respeito as metodologias e métricas para definir a pegada de carbono nas culturas e pastagens. A Embrapa Maio Ambiente desenvolveu o modelo de cálculo PRO Carbono Footprint. As validações são feitas em vários produtores, coletando dados de solo e fazendo análise do ciclo de vida antes e dentro da porteira. As mensurações das emissões e remissões de carbono são comparadas com práticas mais sustentáveis. Soja, leite, carne, milho, café, algodão são as culturas testadas, com projetos para avançar no arroz e feijão.
O presidente da COP28, Sultan Al Jabe anunciou a Declaração sobre Agricultura Sustentável, Sistemas Alimentares Resilientes e Ação Climática, assinado por 134 países, com 5,7 bilhões de pessoas, responsáveis por 70% dos alimentos consumimos e 76% das emissões do sistema alimentar. O texto determina a inclusão, até 2025, da agricultura e dos sistemas alimentares nas metas climáticas das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) dos países. Até 12 de dezembro, a decisão deve ser definida.
Nas relações internacionais, predomina a visão do Brasil como produtor de commodities, mas não de player em alimento e solução baseada na natureza (SbN). Falta encontrar a sua posição na geopolítica mundial. Nesse momento, o país assume a presidência do G20 (grupo de ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais União Africana e União Europeia) , e daqui a dois anos, vira o foco do planeta, com a realização da COP30, em Belém, no Pará.
Fonte: Agrolink