Crescimento sustentado da agropecuária garante PIB surpreendente no trimestre

O crescimento de 1,9% da economia no primeiro trimestre surpreendeu o mercado e muitos economistas já estão revendo suas projeções para os números do PIB de 2023, acima inclusive do 1,9% previsto pelo Ministério da Fazenda.

Segundo a Austin Ratings, o resultado divulgado nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coloca o Brasil entre os quatro países que mais cresceram no mundo, atrás apenas de Hong Kong, Polônia e China. Num ano em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera recessão global, não é nada mal.

Os bons números foram colhidos da agropecuária brasileira. Para 2023 é esperada uma safra recorde de soja e de milho. A de soja deve movimentar a economia durante o primeiro semestre. E de quebra ajudar a manter a inflação comportada. A de milho também. Milho e farelo de soja são a base da ração animal. A super safra ajuda a diminuir os custos da produção de carne e, consequentemente, preço e inflação.

A agropecuária tem um peso de 8% na economia do País. Mas o agronegócio movimenta uma indústria que responde por um terço do PIB. A melhor produção do campo ajudou outros setores, como serviços, por exemplo.

Não à toa, o segmento de transporte e armazenagem teve seu melhor desempenho dentro do setor de serviços.

A produtividade do agronegócio é um exemplo para toda economia. Enquanto o PIB do País segue na trajetória de “voo de galinha” — crescimento que não se sustenta — o agronegócio apresenta expansão sustentada nos últimos 20 anos, resultado de boas políticas no campo e incorporação de tecnologia que aumentaram, e muito, a produtividade do setor.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 87% do crescimento da produção agrícola mundial virá do ganho de produtividade até 2030. Hoje somos uma potência do agronegócio.

E as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, criada em 1973, têm papel fundamental nisso. A nossa fronteira agrícola avançou das regiões Sul Sudeste para a Centro-Oeste e Nordeste. Há 50 anos éramos importadores de alimentos. Agora, estamos entre os maiores produtores e exportadores do mundo.

O desafio é manter essa evolução com redução do impacto ambiental, respeitando biomas como o nosso cerrado, por exemplo. Aumentar a oferta preservando nossos recursos naturais. Pavimentar o desenvolvimento do campo e crescimento do País com preocupação social e ambiental.

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