A Equoterapia Pocotó é um projeto de responsabilidade social realizado no Parque Ney Braga, que utiliza o cavalo como ferramenta terapêutica e educacional em uma abordagem interdisciplinar, abrangendo as áreas da saúde, educação e equitação. O objetivo principal é promover o desenvolvimento biopsicossocial de crianças com deficiência.
As sessões de Equoterapia são conduzidas por uma equipe multidisciplinar especializada. "O ritmo do cavalo ao caminhar trabalha normalizando o tônus, equilíbrio, ajuda no controle de tronco e cervical, na lateralidade, noção de espaço, senso tátil, socialização, atenção e noção corporal", destaca Dóris Alho, responsável pelo projeto. A interação com o cavalo oferece estímulos únicos devido aos movimentos tridimensionais do animal ao caminhar - deslocamentos laterais, frente, trás, cima e baixo ao mesmo tempo- que geram estímulos suaves e rítmicos durante toda a sessão. Esses movimentos proporcionam ao praticante estímulos musculares globais, enquanto trabalha aspectos motores e cognitivos de forma integrada.
A terapia é voltada para pessoas com síndromes, transtornos, paralisia cerebral, transtorno do espectro autista (TEA), problemas psíquicos, deficiência visual e hiperatividade, sendo uma alternativa eficaz para melhorar a qualidade de vida e promover maior autonomia.
"Busquei a Equoterapia para ajudar no desenvolvimento do comportamento do meu filho, TEA, e hoje ele já apresenta avanços significativos tanto na parte cognitiva quanto na coordenação motora. Agora, ele consegue escovar os dentes e pentear o cabelo sozinho, atividades que antes eram grandes desafios", relata Clariana Santos, mãe de duas crianças que participam do projeto.
A eficácia da Equoterapia foi oficialmente reconhecida em 1997 pelo Conselho Nacional de Medicina, que passou a considerá-la uma terapia. Em 2019, o Senado regulamentou a prática como um instrumento de reabilitação. Desde então, a Equoterapia tem ganhado destaque como um recurso complementar no tratamento de diversas condições.
Apadrinhamento
O projeto conta com o apoio de padrinhos que contribuem mensalmente para auxiliar no tratamento das crianças carentes, atendidas. Essas contribuições são essenciais, pois muitas das famílias dessas crianças enfrentam dificuldades financeiras e não têm condições de custear os tratamentos necessários. O apoio dos padrinhos permite que o projeto continue oferecendo suporte às crianças, proporcionando uma chance de tratamento que, de outra forma, poderia ser inacessível. Atualmente, o projeto atende a 75 crianças apadrinhadas.