O mundo está falhando em conter o desmatamento, alerta a Avaliação da Declaração Florestal, um levantamento anual independente feito por organizações da sociedade civil.
No ano passado, a área aberta chegou a 6,6 milhões de hectares, cerca de 4% a mais do que em 2021 e 21% acima do necessário para cumprir a meta global de zerar o desflorestamento até 2030. A perda de florestas tropicais foi, proporcionalmente, pior: 4,1 milhões de hectares, um terço a mais do que a meta.
“Esse retrocesso torna os objetivos florestais ainda mais distantes, após o pequeno, porém insuficiente, progresso feito em 2021”, afirma o relatório. O problema é que a manutenção das florestas em pé é essencial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC.
Segundo o documento, o desmatamento segue com “taxas alarmantes” na América Latina, África, América do Norte e Europa. Para piorar, a equipe reclama da falta de transparência nos dados sobre desmatamento, especialmente no hemisfério Norte.
“São insuficientes para avaliar adequadamente o progresso e informar as ações necessárias. (...) Embora a maior parte (96%) da desflorestação ocorra em regiões tropicais, não significa que as regiões não tropicais estejam limpas”, dizem.
O reflorestamento de áreas desmatadas tem aumentado nos últimos quatro anos, segundo o documento, mas essas florestas plantadas podem levar décadas para estabelecer as condições ecológicas da mata nativa, dizem os pesquisadores.