Fenômeno El Niño deixa agronegócio em alerta

Pela primeira vez desde 2019, o inverno começou nesta quarta-feira no hemisfério sul sob influência do El Niño, fenômeno climático marcado pelo aumento de temperaturas e que, no Brasil, aumenta as chuvas em determinadas regiões do país e intensifica a estiagem em outras.

O El Niño começou oficialmente no último dia 8 e pode durar de cerca de nove meses a até mais de dois anos.

O fenômeno coloca em alerta o principal setor econômico do país, o agro, afetando especialmente os cultivos de inverno - cereais como trigo, cevada, aveia, triticale e centeio - que sofrem com o excesso de umidade. Mas as mudanças podem até ser positivas pros cultivos de verão, como soja e milho, beneficiados pelas chuvas abundantes. A explicação é do agrometeorologista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, Gilberto Cunha, que ressaltou a importância da preparação dos produtores para o período.

A produção de açúcar e etanol também está em alerta, já que a mudança de padrões coloca em risco a safra da cana. O mercado previa 600 milhões de toneladas para a temporada, mas o número começa a ser revisto pra baixo e ainda será reavaliado conforme o andamento do fenômeno. Com isso, ainda não é possível estabelecer se o viés é de alta ou baixa, mas ainda há otimismo, segundo o analista de Inteligência de Mercado de Açúcar e Etanol da StoneX Marcelo Filho. Ele destacou a importância do Brasil no fornecimento internacional do insumo.

O El Niño ainda pode evoluir para um Super El Niño, com temperaturas até 2 graus e meio acima da média, mas no momento a intensidade é fraca e a previsão é de atingir intensidade moderada a forte, o que não acontecia desde o período entre 2015 e 2016.

Fonte:

Um Só Planeta/Globo

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