Nota oficial - Plano Safra 2025/2026 preocupa o setor produtivo

O Plano Safra 2025/2026, anunciado pelo Governo Federal com um volume de R$ 594,4 bilhões, deixa dúvidas importantes sobre sua efetividade. O número é expressivo no papel, mas sobre sua prática e eficiência, a Sociedade Rural do Paraná se manifesta com preocupação, uma vez que o crédito continua caro, restrito e distante das reais necessidades do produtor rural.

As taxas de juros subiram entre 1,5% e 2% em relação ao ciclo anterior e agora variam de 8% a 10% ao ano. Isso significa menos competitividade e mais dificuldade para financiar a produção. Se comparado à inflação acumulada no período (5,32%), o reajuste nos recursos ficou abaixo do mínimo necessário para garantir o equilíbrio do setor.

Outro ponto crítico é a baixa execução orçamentária. Na safra passada, apenas 70% dos valores anunciados foram, de fato, executados. No Pronaf, voltado aos pequenos produtores, só 80% foram liberados até maio de 2025, o que reforça o abismo entre promessa e realidade.

A falta de recursos para equalização de juros também compromete o acesso ao crédito. Sem equalização suficiente, mesmo os valores anunciados deixam de ser viáveis. O setor mais uma vez se vê diante de um plano que anuncia volume, mas não garante condições reais de contratação.

A ausência de recursos para o seguro rural acende mais um alerta. Em um momento de instabilidade climática e riscos constantes, não incluir o seguro no plano é um retrocesso. Também chama atenção a queda nos recursos para investimento: R$ 101,1 bilhões, 5,4% a menos que na safra anterior.

Mais grave ainda é o distanciamento do governo com o setor produtivo. Sem diálogo, as medidas não refletem as urgências de quem está no campo. O resultado é um Plano Safra que, em vez de incentivar, frustra. A Sociedade Rural do Paraná reforça a importância de políticas agrícolas construídas com escuta, coerência e compromisso com quem produz.

Seja sócio!